
Sonny Rollins foi e ainda é um colosso do saxofone tenor (como ele mesmo já se intitulou), um dos maiores da história. Foi um improvisador magistral, com solos longos e incrivelmente coesos. Passa a impressão de ter domínio completo de sua música e do seu instrumento, a segurança e o equilíbrio em pessoa. Em 1959, aos 29 anos e no auge da carreira, Rollins deixou de lado toda a segurança e o equilíbrio e desapareceu, deixando de se apresentar e de gravar. Por dois anos os admiradores do jazz ficaram se perguntando o que teria o motivado a tomar uma atitude tão radical. Dizem que Sonny era visto com o seu instrumento à noite, sozinho, sobre uma ponte, tocando para as águas do rio. Ao que parece, Sonny Rollins chegou ao auge muito cedo, e talvez tenha sido tocado pelo mesmo sentimento que levou outros gênios – Jimi Hendrix, Charlie Parker, Maradona, e a lista vai longe – o que fazer quando se percebe que o caminho à frente levará, inevitavelmente, à decadência? Alguns optam pela auto-destruição. Ele optou pela reflexão, pela busca do amadurecimento. Demorou, mas deve ter encontrado. Voltou à cena musical com o brilhantismo habitual e segue, até hoje, encantando os seus ouvintes.
Niels-Henning Ørsted Pedersen é o contrabaixista de nome mais cool da história do jazz - qual outro tem essa letra-conjunto vazio no sobrenome? Algum leitor nórdico poderia me corrigir e dar o nome correto da letra – Niels-Henning nasceu na Dinamarca. Os americanos, com a sua tão característica praticidade, juntaram suas iniciais e optaram por chamá-lo simplesmente Nhop. Nhop morreu em abril deste ano, com apenas 58 anos, depois de ter tocado com boa parte dos monstros sagrados do jazz e chegar a ser chamado de “Paganini do contrabaixo”.
A história do jazz e de seus protagonistas é tão ou mais interessante do que a música em si. A liberdade (talvez o mais sublime e ambíguo dos sentimentos) que se percebe ao ouvir ou ler a respeito é o grande legado que esses e tantos outros homens excepcionais nos deixaram. Um brinde a eles.
2 comentários:
Gostei de tudo. Mas é desnecessária a explicação no posti abaixo. Pô, se a pessoa não conhecer Sinal Fechado, nem começa! ;-) TAh faltando aquele chopp! Abc!
olá, Luciano! que bom encontrar pela web um escritor jazzista! eu sou um jazzista escritor. estava zanzando no blogger e encontrei o Salt Peanuts. bem bacana! eu eu despejo "coisas" no:
http://cosmourbe.blogspot.com/
são versos, primáriamente... mas enfim.
vou fazer um bookmark do teu blog, bicho.
abçs!
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