sexta-feira, dezembro 22, 2006

2007

Uma ressalva a ser feita: o Natal existe há 2006 anos. O ano-novo, como o conhecemos, pelo calendário gregoriano, há mais de quatro séculos. Daí a dificuldade de se encontrar algo original e relevante a dizer no atual momento: em todo esse tempo, creio que esgotaram-se adjetivos, votos e pensamentos positivos. Obviamente, como menino de mentalidade mediana que sou, não conseguirei fugir da sina de apenas repetir, talvez numa ordem diferente, algo que já foi dito e revisitado e esquecido e relembrado durante esses anos.

Fiquei muito tempo pensando no que desejar para os meus amigos neste momento, além do básico saúde-dinheiro-paz-felicidade-amor. Por fim, resolvi torcer para que todos, transferindo algo que desejo muito para mim, tenham muito tempo livre em 2007.

Tempo livre, como se sabe, é um artigo muito raro nas nossas vidas frenéticas de aspirantes a adultos. Temos que trabalhar, estudar, dirigir, cumprir com obrigações sociais... tantas tarefas que fazem com que as 24 horas do dia muitas vezes pareçam ridiculamente insuficientes. Mais ainda quando pensamos na quantidade de prazeres dos quais temos que abdicar para parecermos cidadãos de respeito. Torço, portanto, para que encontremos tempo livre para nos dedicarmos às nossas famílias, amigos e demais pessoas queridas. Para que consigamos ler bons livros, ouvir sinfonias ou funks pancadão, visitar uma boa exposição de arte. Para que possamos filosofar, pensar no futuro da humanidade, nem que seja para que logo depois concluir com um “sei lá... sei lá... a vida tem sempre razão”. Tempo para dançar, namorar, montar um quebra-cabeças, fumar um charuto. Tempo até para pensarmos no que faríamos se tivéssemos mais tempo, ou no que compraríamos quando finalmente formos premiados na mega-sena. Enfim, tempo para a dita inutilidade, que, no fundo, é o que contribui para que o mundo ainda não tenha se tornado um aborrecimento completo, uma disputa de cachorros correndo atrás do próprio rabo.

Em resumo, divirtam-se em 2007!